A
Questão ambiental frente os novos desafios do século XXI, na busca por produtos
e tecnologia cada vez melhores para facilitação e conforto dos seres humanos,
tem ganhado importante destaque, Devido ao mau uso, descarte incorreto e consumo
descontrolado desses produtos, o meio ambiente vem sofrendo com uma carga cada
vez maior de poluição e contaminação.
Politica
Nacional de resíduos sólidos após longo período de discussões, agora aprovada
em 2010 pela Lei 12.305, envolve agora os três poderes, União, Estados e
Municípios, os setores produtivos e a sociedade civil na busca para soluções
dos problemas causados pela geração de resíduos e o seu mau gerenciamento,
trazendo sérios problemas para o homem e meio ambiente.
As
lâmpadas fluorescentes são consideradas importantes resíduos perigosos (NBR
10.004/2004) gerados nos ambientes urbanos, industriais e portuários. Nos
últimos anos temos notado uma crescente venda de lâmpadas fluorescentes no
Brasil, este aumento não é por acaso, em 2001 quando ocorreu o apagão, o Brasil
foi pego de surpresa por anos sem investimento pesado no setor de energia e
pela falta de chuvas, com isso o Brasil teve que tomar medidas para reduzir o
consumo de energia que crescia constantemente com a população. De acordo com
Bardelin (2004), o consumo de energia elétrica possui crescimento quase que
continuo no Brasil, apesar da evolução e produção de equipamentos com maior
eficiência energética, seguido do aumento de consumo cada vez maior desses equipamentos
feitos para facilitar a vida do homem, cria a necessidade de investimentos na
geração, transmissão e distribuição de energia, o que não ocorre na mesma
velocidade.
O
uso de lâmpadas fluorescentes cresceu neste momento em que o Brasil declarou
guerra contra o desperdício de energia, varias pessoas passaram a usar lâmpadas
fluorescentes, devido a serem mais econômicas, pela longa duração e pela
luminosidade ser de 3 a 6 vezes mais do que as lâmpadas comuns, fazendo parte
da vida dos brasileiros. (ELISA 2009)
Mas
o alto consumo das lâmpadas gera hoje em dia um alto volume de resíduos, onde
formas incorretas de descarte e de reutilização se intensificaram, trazendo
sérios riscos à saúde e ao meio ambiente devido aos compostos químicos
presentes nas lâmpadas.
Logística reversa é um termo bem utilizado
significando todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e
materiais. Refere-se a todas as atividades logísticas de coletar, desmontar e
processar produtos e/ou materiais e peças usados a fim de evitar uma degradação
ambiental. (OLIVEIRA; SILVA (2005) apud FELIPE, 2009, p.16)
O Art. 33 da Politica Nacional de Resíduos Sólidos (2010), instrui a
implementação da logística reversa obrigatória mediante retorno após o uso pelo
consumidor independente do sistema de coleta urbana, aos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes de:
[...] I - agrotóxicos, seus
resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso,
constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos
perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos
do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;
II - pilhas e baterias; III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus
resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de
vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e
seus componentes (PNRS 2010).
No Brasil são consumidas cerca de
200 milhões de lâmpadas fluorescentes deste total, apenas 6% são encaminhadas
para a reciclagem e descontaminação, os outros 94%, são encaminhados para aterros
sanitários ou descartados em lixões. (VIALLI, 2010)
A logística reversa das lâmpadas
fluorescentes gera custos que podem ser igual ou maior ao próprio preço do
produto, diferente de outros produtos de logística reversa que chega a custar
de 1% a 2% chegando a 5% do valor do produto novo (ABILUX 2010).
O custo de reciclagem de lâmpadas
fluorescentes ainda é muito caro no Brasil, Vialli (2010) diz segundo
recicladores que o custo para reciclar uma lâmpada fluorescente fica em torno
de R$ 1 a R$ 1,20. (VIALLI, 2010)
Segundo notícia da Bulbox,
somente a Petrobrás produz 2,5 milhões de lâmpadas fluorescentes queimadas por
ano e chegava a pagar R$1,50 para destruir lâmpadas que custavam R$0,50. (BULBOX,
2010)
Apesar de ainda não haver um
acordo entre poder publico, fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, a logística reversa de lâmpadas fluorescentes
mostra-se imprescindível para a preservação do meio ambiente, conservação dos
recursos naturais e a saúde do homem, em função do número cada vez maior de
pessoas que utilizam as lâmpadas fluorescentes em prol da economia de energia,
aumentando cada vez mais o numero de resíduos desses materiais classificado
como classe I - perigosos, onde em muitos municípios sem uma politica de
educação ambiental, deixa de informar a seus munícipes sobre os perigos do
manuseio incorreto desse material, indo parar nos lixões, aterros sanitários e
muitas das vezes nas mãos de crianças que utilizam as lâmpadas para fazer
cerol, expondo-se a riscos de contaminação.
As pequenas e grandes empresas e lojas não
serão grande problema para que a Logística reversa de Lâmpadas fluorescentes,
pois esperamos que sejam fiscalizadas por órgãos ambientais municipal, estadual e federal,
baseado na responsabilização destes pela Politica Nacional de Resíduos Sólidos.
A maior dificuldade será a conscientização da população em deixar de reutilizar,
descartar esse material no lixo comum e na natureza, e sim devolvê-la na hora
de comprar outra em algum estabelecimento que obrigado pela Lei 12.305/2010 (PNRS)
tenha a Logística Reversa.