sábado, 8 de setembro de 2012

Logistica Reversa de Lâmpadas Fluorescentes


     A Questão ambiental frente os novos desafios do século XXI, na busca por produtos e tecnologia cada vez melhores para facilitação e conforto dos seres humanos, tem ganhado importante destaque, Devido ao mau uso, descarte incorreto e consumo descontrolado desses produtos, o meio ambiente vem sofrendo com uma carga cada vez maior de poluição e contaminação.

Politica Nacional de resíduos sólidos após longo período de discussões, agora aprovada em 2010 pela Lei 12.305, envolve agora os três poderes, União, Estados e Municípios, os setores produtivos e a sociedade civil na busca para soluções dos problemas causados pela geração de resíduos e o seu mau gerenciamento, trazendo sérios problemas para o homem e meio ambiente.
As lâmpadas fluorescentes são consideradas importantes resíduos perigosos (NBR 10.004/2004) gerados nos ambientes urbanos, industriais e portuários. Nos últimos anos temos notado uma crescente venda de lâmpadas fluorescentes no Brasil, este aumento não é por acaso, em 2001 quando ocorreu o apagão, o Brasil foi pego de surpresa por anos sem investimento pesado no setor de energia e pela falta de chuvas, com isso o Brasil teve que tomar medidas para reduzir o consumo de energia que crescia constantemente com a população. De acordo com Bardelin (2004), o consumo de energia elétrica possui crescimento quase que continuo no Brasil, apesar da evolução e produção de equipamentos com maior eficiência energética, seguido do aumento de consumo cada vez maior desses equipamentos feitos para facilitar a vida do homem, cria a necessidade de investimentos na geração, transmissão e distribuição de energia, o que não ocorre na mesma velocidade.
O uso de lâmpadas fluorescentes cresceu neste momento em que o Brasil declarou guerra contra o desperdício de energia, varias pessoas passaram a usar lâmpadas fluorescentes, devido a serem mais econômicas, pela longa duração e pela luminosidade ser de 3 a 6 vezes mais do que as lâmpadas comuns, fazendo parte da vida dos brasileiros. (ELISA 2009)
     Mas o alto consumo das lâmpadas gera hoje em dia um alto volume de resíduos, onde formas incorretas de descarte e de reutilização se intensificaram, trazendo sérios riscos à saúde e ao meio ambiente devido aos compostos químicos presentes nas lâmpadas.
 
 Logística reversa é um termo bem utilizado significando todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais. Refere-se a todas as atividades logísticas de coletar, desmontar e processar produtos e/ou materiais e peças usados a fim de evitar uma degradação ambiental. (OLIVEIRA; SILVA (2005) apud FELIPE, 2009, p.16)
 
O Art. 33 da Politica Nacional de Resíduos Sólidos (2010), instrui a implementação da logística reversa obrigatória mediante retorno após o uso pelo consumidor independente do sistema de coleta urbana, aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
[...] I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;
II - pilhas e baterias;  III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes (PNRS 2010).
 
No Brasil são consumidas cerca de 200 milhões de lâmpadas fluorescentes deste total, apenas 6% são encaminhadas para a reciclagem e descontaminação, os outros 94%, são encaminhados para aterros sanitários ou descartados em lixões. (VIALLI, 2010)

A logística reversa das lâmpadas fluorescentes gera custos que podem ser igual ou maior ao próprio preço do produto, diferente de outros produtos de logística reversa que chega a custar de 1% a 2% chegando a 5% do valor do produto novo (ABILUX 2010).

O custo de reciclagem de lâmpadas fluorescentes ainda é muito caro no Brasil, Vialli (2010) diz segundo recicladores que o custo para reciclar uma lâmpada fluorescente fica em torno de R$ 1 a R$ 1,20. (VIALLI, 2010)

Segundo notícia da Bulbox, somente a Petrobrás produz 2,5 milhões de lâmpadas fluorescentes queimadas por ano e chegava a pagar R$1,50 para destruir lâmpadas que custavam R$0,50. (BULBOX, 2010)

Apesar de ainda não haver um acordo entre poder publico, fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, a logística reversa de lâmpadas fluorescentes mostra-se imprescindível para a preservação do meio ambiente, conservação dos recursos naturais e a saúde do homem, em função do número cada vez maior de pessoas que utilizam as lâmpadas fluorescentes em prol da economia de energia, aumentando cada vez mais o numero de resíduos desses materiais classificado como classe I - perigosos, onde em muitos municípios sem uma politica de educação ambiental, deixa de informar a seus munícipes sobre os perigos do manuseio incorreto desse material, indo parar nos lixões, aterros sanitários e muitas das vezes nas mãos de crianças que utilizam as lâmpadas para fazer cerol, expondo-se a riscos de contaminação.
 
As  pequenas e grandes empresas e lojas não serão grande problema para que a Logística reversa de Lâmpadas fluorescentes, pois esperamos que sejam fiscalizadas por órgãos ambientais municipal, estadual e federal, baseado na responsabilização destes pela Politica Nacional de Resíduos Sólidos. A maior dificuldade será a conscientização da população em deixar de reutilizar, descartar esse material no lixo comum e na natureza, e sim devolvê-la na hora de comprar outra em algum estabelecimento que obrigado pela Lei 12.305/2010 (PNRS) tenha a Logística Reversa.